sábado, janeiro 14, 2006

Colhereiro



Também conhecido por Espátula, o Colhereiro – Platalea leucorodia – é uma espécie pernalta de pescoço longo actualmente considerada vulnerável e é cada vez mais ameaçada pelos humanos através da destruição do seu habitat, da poluição, da caça, da destruição dos ninhos e ovos, etc.
O seu nome advém do formato do seu bico, parecido com uma colher, característica que torna esta ave inconfundível.
Tanto quanto se sabe esta espécie é monogâmica (pelo menos durante a época de reprodução) e o casal partilha as tarefas desde a postura até a independência dos filhotes. O macho constrói o ninho numa árvore com materiais recolhidos de outros ninhos velhos, com paus e raízes. A postura é de 3 ovos brancos que são incubados por ambos os progenitores. As crias para além de nascerem em dias intercalados, nascem cegas, pelo que, uma vez mais, são cuidadas pelo casal que as alimenta através da regurgitação. Quando nascem têm o bico curto e direito que só ganha o formato que lhe deu o nome ao atingirem a maturidade.
O Colhereiro tanto pode ser encontrado em habitats de água doce como em habitats de água salgada. Vive em pequenos bandos ou solitário, alimenta-se movimentado o bico de um lado para o outro, peneirando a água em busca de pequenos peixes, crustáceos, moluscos e insectos. É uma espécie que tem uma longevidade de 10 a 15 anos.
Aqui na Madeira, esta ave é muito rara. Aparece ocasionalmente um ou outro indivíduo fruto de um “desvio” forçado por alguma tempestade na rota de migração. Talvez por escassez de alimentos, uma vez que é uma ave que precisa de alimento várias vezes ao dia, ou por não se ambientar ao clima da Região, este belo visitante da Ibéria não tem hipóteses de sobrevivência na Madeira.

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