terça-feira, janeiro 31, 2006

Pitanga


Aqui temos mais um fruto oriundo da América do sul, a Pitanga – Eugenia uniflora – durante muitos anos cultivada nas quintas e jardins caseiros, por ser uma planta que não exige muitos cuidados, de grande resistência, com umas flores brancas e perfumadas e uns pequenos frutos deliciosos que podem ser utilizados nas mais diversas maneiras, tais como ao natural ou em saladas de fruta, geleias, gelados, doces, bolos, licores e sumos.
Mas não se pense que a sua utilidade acaba no fruto ou na beleza e perfume da árvore, pois as suas folhas têm poderes medicinais, sendo o seu chá utilizado no combate à diarreia, febre, tosse, dores de garganta e muitas mais doenças.
Os seus troncos, por serem de grande resistência são utilizados para fazer cabos de ferramentas e outros utensílios agrícolas.
Na ilha da Madeira as Pitangueiras predominam no Funchal e arredores, sendo utilizadas muitas vezes como ornamentação em espaços e jardins públicos, frutificando várias vezes por ano.
O seu nome científico foi colocado em honra ao príncipe Eugene de Sabóia.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Martinete


O Martinete – Callistemon rigidus – é um arbusto robusto cujas folhas são persistentes, são também muito finas e um pouco rígidas. Os seus ramos são arqueados.
As flores, de cor avermelhadas, são constituídas por inúmeras “espigas” e têm formato de “limpa garrafas”.
É uma espécie comum na Madeira e apesar de desenvolver-se melhor em ambientes mais quentes, pode ser vista até os 600m de altitude.
É originária da Austrália e floresce entre Abril e Junho (normalmente).

domingo, janeiro 29, 2006

Cristo-Rei


Na Ponta do Garajau, freguesia do Caniço, concelho de Santa Cruz, encontramos um dos monumentos mais famosos de todo o Arquipélago da Madeira, trata-se da estátua do Sagrado Coração de Jesus, mais conhecida como o Cristo-Rei.
Financiado e mandado construir pelo conselheiro Aires de Ornelas, filho do ultimo Morgado do Caniço, a estátua foi executada pelo escultor francês Serraz, sendo inaugurada no dia 30 de Outubro de 1927.
Curiosamente no mesmo dia foi inaugurada a estrada que liga a Cancela ao Monumento.

sábado, janeiro 28, 2006

Tutinegra


A Tutinegra – Sylvia atricapilla obscura – é uma ave facilmente identificável pelo seu “barrete” e pelo seu canto. O barrete varia de cor, o macho possui-o preto e a fêmea em cor de tijolo, todo o resto do corpo é cinzento, sendo que as asas são mais acastanhadas com algumas partes pretas. O seu cantar porém é comum a ambos, parece-se muito com o som emitido por uma criança aborrecida só que é um pouco mais estridente (para terem uma ideia melhor, é muito parecido com o som que fazemos quando chupamos rebuçados).
É uma espécie muito numerosa e comum até a faixa dos 1.000m.
Gosta de zonas mais arbustivas onde constrói os seus ninhos. Na Primavera começa a defesa do território, o que torna o seu cantar mais forte e igualmente mais belo. Em zonas mais quentes, a postura costuma ser feita no mês de Março, mas em zonas mais altas e mais frias a postura só é feita no mês de Junho. A incubação é feita por ambos os progenitores durante duas semanas e outras duas semanas depois de nascerem o primeiro voo é executado.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Figueira-do-Inferno



Apesar de existirem três espécies de plantas conhecidas por este nome na Madeira, no post de hoje vou falar da Euphorbia mellifera.
Esta Figueira-do-inferno, também conhecida como Figueira de Alindres ou de Alhendros, é uma planta que tanto pode ser arbustiva, como arborescente, atingindo por vezes cerca de 15 metros de altura, endémica da Madeira e Canárias, cresce no interior da ilha em locais húmidos, normalmente debaixo de árvores de maior porte, florescendo entre os meses de Fevereiro e Julho.
Como todas as Euphorbias, é necessário ter cuidado ao toca-la, pois quando cortada segrega uma seiva branca tóxica, causando irritação à pele, sendo altamente perigosa quando ingerida ou em contacto com os olhos.
O nome mellifera vem da palavra mel, pois esta Figueira-do-inferno tem um odor a mel.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Cascalho


Não, não é uma paisagem do sítio do Cascalho em São Jorge; é uma paisagem que fica algures a Sul do Paúl da Serra, nas serras da Ponta de Sol, sendo neste local que nasce a ribeira deste concelho.
Neste pequeno troço do percurso (foto), as derrocadas são frequentes, pelo que todo o cuidado é pouco.
O passeio “completo” tem o seguinte itinerário: Poço do Rabaçal – Levada do Paúl da Serra – Cristo Rei (Campo Grande) – Levada da Bica da Cana – Cascalho – Levada das Rabaças – Encumeada, mas há ainda a possibilidade de começá-lo no Campo Grande.
Factos curiosos neste percurso são os diferentes climas existentes à medida que vamos avançando (começa numa zona em que o nevoeiro está quase sempre presente, depois entramos numa área seca e quente (onde o Sol dá o ar da sua graça) e logo de seguida deparamo-nos com uma paisagem húmida, muito verdinha e um pouco mais fria. A outra curiosidade é uma árvore existente no sítio da Cova; a cada ano que passa está mais bela e frondosa, apesar de estar sob constante ameaça devido aos incêndios (muitas vezes de origem criminosa) que assolam este lindo local.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Casa de Santana


O concelho de Santana é famoso por ser um dos locais mais visitados da Madeira, lá podemos encontrar paisagens naturais magníficas e espectaculares, mas curiosamente, o que tornou Santana reconhecido, foi obra humana, estou a falar das célebres Casas de Santana.
Pequenas habitações em pedra ou madeira, normalmente decoradas com cores vivas e enormes telhados feitos de colmo, as Casas de Santana tinham como principal função albergar animais, mas também eram muito utilizadas pelas famílias mais pobres.
Actualmente desconheço se ainda alguém habita este tipo de casa, mas sem sombra de dúvida são pequenos monumentos que se deviam preservar, pois tornaram-se não só uma imagem de Santana, como uma imagem de marca de toda a ilha, mundialmente reconhecida e admirada.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Tabaibeira


Arbusto que dura muitos anos e atinge pouco mais que 1,5m de altura. É espinhoso, suculento e produz um fruto comestível chamado tabaibo que tem uma coloração verde/amarelada.
O tronco verde é composto por caules mais ou menos ovais e espalmados. As flores alaranjadas, crescem no sentido ascendente, são semelhantes a um copo e têm cerca de 6cm.
A Tabaibeira – Opuntia tuna – também conhecida como Figueira-da-índia, é uma espécie que se adapta bem a locais secos, nomeadamente os picos a Sul da Região, mas que precisa de água para que os seus frutos se desenvolvam.
Originária da Jamaica é um dos frutos mais procurados no Verão, visto que são muito suculentos e refrescantes, sendo o seu sabor realçado depois de uma “breve” passagem pelo frigorífico.
A sua época de floração vai desde Maio a Setembro e, como facto curioso, aqui na Madeira costumamos chamar “saruga” aos espinhos que cobrem esta espécie.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Canhas


Freguesia do concelho da Ponta do Sol, criada nos finais do século XVI, deve o seu nome a um dos primeiros povoadores da zona, de apelido Canha.
Situada entre as freguesias da Ponta de Sol, Madalena do Mar e Arco da Calheta, a freguesia dos Canhas é limitada a norte pelo Paúl da Serra e a sul pelo oceano.
Como património, destaca-se o Monumento de Santa Teresinha e os Passos da Via sacra, sem duvida duas obras que chamam a atenção a todos aqueles que passam pelos Canhas, também convém não esquecer as inúmeras Capelas e Igrejas, construídas ao longo dos séculos.
O povo dos Canhas viveu desde o povoamento à base da agricultura e pecuária, sendo também famosa pela qualidade das suas bordadeiras.Como facto curioso, até ao princípio da década de 90 do século passado, os Canhas eram muito conhecidos por lá existir a maior recta viária da ilha da Madeira, o que provocava sempre uma enorme alegria quando passávamos lá; outros tempos.

domingo, janeiro 22, 2006

Ilhéu de Baixo


O Ilhéu de Baixo é o maior de todos os ilhéus do Porto Santo. Mede pouco mais que 1Km2 e é, provavelmente, o primeiro a ser notado à chegada (por barco) ao Porto Santo.
Situa-se a Sudoeste, mais propriamente na zona da Calheta e tem apenas 400m de mar a separá-lo da ilha principal. A esses 400m, que só podem ser atravessados por pequenas embarcações e somente quando a maré está cheia, deu-se o nome de Boqueirão de Baixo.
Foi por muito tempo “vítima” de extracção de cal, daí ser conhecido também como Ilhéu da Cal. Essa extracção deixou as suas marcas – grutas subterrâneas que podem ser visitadas (com a devida autorização e acompanhamento especializado).
Apesar de aparentarem um aspecto agreste, estes pequenos ilhéus (talvez pelo difícil acesso) abrigam uma flora muito rica, da qual fazem parte os habituais arbustos característicos da costa e ainda alguns vestígios de Laurissilva.

sábado, janeiro 21, 2006

Capela do Pico da Cova



Dedicada a Nossa Senhora de Fátima, a Capela do Pico da Cova foi mandada construir, pela população em 1948, para festejar o fim da 2ª Guerra Mundial.
A sua localização, no alto do Pico da Cova, freguesia e concelho de São Vicente, dá-lhe um carácter único pois não só consegue ser avistada em quase toda a freguesia, como também da Capela conseguimos ter uma panorâmica espectacular.
É composta por uma torre de 14 metros de altura, com um relógio enorme que parece marcar o calendário de toda a região circundante.
Realce também para o caminho que separa a Capela da estrada, pois aí temos uma pequena subida em degraus onde estão 14 cruzes, representando as estações da Via-sacra.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Amor-perfeito


Planta híbrida que teve a sua origem a partir de várias espécies da família Violaceae.
É uma planta herbácea ornamental de pequeno porte (entre 30 e 50cm). É também uma espécie anual, como tantas outras existentes aqui na Madeira, e exibem as mais variadas cores, que vão desde o amarelo, passando pelo violeta, até o rosa, não esquecendo ainda a “mistura” de cores que muitas delas fazem questão de ostentar, mas cujo centro é sempre mais escuro que todo o resto.
As suas folhas são de um verde intenso, têm forma de elipse com algumas “falhas” no seu contorno e medem cerca de 4cm.
As flores, que enfeitam jardins com as suas maravilhosas cores entre Março e Junho, têm cerca de 5cm, são solitárias, ou seja, cada flor nasce na sua pequena haste, e têm somente 5 pétalas, todas elas de tamanhos diferentes (duas superiores, duas laterais e uma inferior).
Toda a delicadeza do Amor-perfeito – Viola x wittrockiana – combinada com a sua beleza, tornam esta planta a preferida de muitas pessoas, preferência essa que se deve também ao despertar de um certo romantismo influenciado pelo seu nome.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Ilhéus da Ribeira da Janela




Junto á costa na freguesia da Ribeira da Janela, concelho do Porto Moniz, mais precisamente na foz da ribeira encontram-se os Ilhéus da Rama, Ilhéu Alto, e o Ilhéuzinho, mais conhecidos como os Ilhéus da Ribeira da Janela.
Destes 3 ilhéus, o mais famoso, tanto pela sua morfologia como pela sua história, é o Ilhéu Alto, também conhecido como Ilhéu Comprido, localizando entres os outros dois ilhéus, com cerca de 40 metros de altura tem perto do cimo uma pequena abertura, parecendo uma janela. Foi a partir desta particularidade que foi baptizada a freguesia e a ribeira como Ribeira da Janela.
O Ilhéu da Rama ou da Ruama, fica a cerca de 200 metros da costa, sendo o maior e aquele que apresenta alguma vegetação, quanto ao Ilheuzinho, como o próprio nome indica é o mais pequeno, quase parecendo um rochedo, fica mesmo junto á costa.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Cravo-de-burro


O Cravo-de-burro – Tagetes patula – é uma planta que dura aproximadamente um ano. Possui folhas pequenas, finas e “recortadas”, agregadas a uma espécie de “haste” que atinge os 20cm.
As flores, com cerca de 5cm, comportam uma mistura de tons quentes, como o amarelo, o laranja e o vermelho, nas suas pétalas que podem ser lisas ou frisadas. Costuma exibir as suas maravilhosas cores e propagar o seu forte cheiro durante quase todo o ano.
Algumas pessoas consideram o Cravo-de-burro uma espécie infestante por ter uma certa facilidade em “multiplicar-se”.
É uma planta originária da América do Norte e comum aqui na Madeira, podendo ser apreciada em jardins públicos e privados.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Farol da Ponta de Pargo



Embora fosse um desejo antigo, o Farol da Ponta de Pargo só viria a ser projectado em 1911, e ainda demoraria mais de uma década a ser inaugurado, mais concretamente a 5 de Junho de 1922, tendo utilizado durante muitos anos o petróleo como combustível.
Em 1958 foi electrificado através de grupos electrogéneos, até que em 1989 foi ligado à rede pública eléctrica e automatizado.
De salientar que a 29 de Novembro de 2001, foi inaugurado no farol, um pequeno museu, de modo a dar a conhecer a sua história e realçar a sua importância.
O Farol da Ponta de Pargo como o próprio nome indica, situa-se na freguesia da Ponta de Pargo, concelho da Calheta, numa saliência rochosa com cerca de 300 metros de altura, no extremo oeste da Ilha da Madeira, num sitio conhecido como a Vigia, o que sem duvida veio a transforma-lo num dos faróis mais imponentes e visitados da Ilha.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Trevina


Planta herbácea que ocupa o meio-termo entre o arbusto e a erva, a Trevina – Lótus glaucus – costuma durar por muitos anos. Os seus inúmeros ramos crescem junto à terra. As suas folhas reúnem-se sobre um receptáculo com divisões independentes (cada “galho” comporta um “leque” oval de folhas), são esverdeadas (verde-mar) e cobertas por uma fina camada de pêlos e medem pouco mais de 1cm. A disposição das flores assemelha-se à das folhas, sendo que cada receptáculo pode ter até 6 flores, que estão presas por um invólucro exterior da mesma cor das folhas. Quanto à flor, mede no máximo 2cm e são de um amarelo muito vistoso e cuja parte superior possui “raios” alaranjados.
É uma espécie endémica da Madeira e Canárias e que normalmente exibe as suas flores durante todo o ano.

domingo, janeiro 15, 2006

Forte dos Reis Magos



Pequena fortificação construída no sec. XVIII, junto á praia dos Reis Magos na freguesia do Caniço, concelho de Santa Cruz.
O arquipélago da Madeira, foi durante muitos anos alvo de ataques de piratas e corsários estrangeiros, por isso foram construídas um pouco por toda a ilha, pequenas fortificações de maneira a poder precaver e defender as populações.
Infelizmente muitas dessas pequenas fortificações foram destruídas pela incúria dos governantes madeirenses, o Forte dos Reis Magos é um dos resistentes, embora também tenha sofrido algumas alterações que nada têm a ver com estrutura original, como a cobertura em cimento.
Acho que era de bom grado, os governantes em conjunto com os proprietários, darem uma utilização digna aquele espaço, pois a actual é tudo menos isso, ainda mais quando o Jornal Oficial da Região, faz referencia a ele aquando da criação da cidade do Caniço.

sábado, janeiro 14, 2006

Colhereiro



Também conhecido por Espátula, o Colhereiro – Platalea leucorodia – é uma espécie pernalta de pescoço longo actualmente considerada vulnerável e é cada vez mais ameaçada pelos humanos através da destruição do seu habitat, da poluição, da caça, da destruição dos ninhos e ovos, etc.
O seu nome advém do formato do seu bico, parecido com uma colher, característica que torna esta ave inconfundível.
Tanto quanto se sabe esta espécie é monogâmica (pelo menos durante a época de reprodução) e o casal partilha as tarefas desde a postura até a independência dos filhotes. O macho constrói o ninho numa árvore com materiais recolhidos de outros ninhos velhos, com paus e raízes. A postura é de 3 ovos brancos que são incubados por ambos os progenitores. As crias para além de nascerem em dias intercalados, nascem cegas, pelo que, uma vez mais, são cuidadas pelo casal que as alimenta através da regurgitação. Quando nascem têm o bico curto e direito que só ganha o formato que lhe deu o nome ao atingirem a maturidade.
O Colhereiro tanto pode ser encontrado em habitats de água doce como em habitats de água salgada. Vive em pequenos bandos ou solitário, alimenta-se movimentado o bico de um lado para o outro, peneirando a água em busca de pequenos peixes, crustáceos, moluscos e insectos. É uma espécie que tem uma longevidade de 10 a 15 anos.
Aqui na Madeira, esta ave é muito rara. Aparece ocasionalmente um ou outro indivíduo fruto de um “desvio” forçado por alguma tempestade na rota de migração. Talvez por escassez de alimentos, uma vez que é uma ave que precisa de alimento várias vezes ao dia, ou por não se ambientar ao clima da Região, este belo visitante da Ibéria não tem hipóteses de sobrevivência na Madeira.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Poço da Neve



Existem coisas que hoje parecem banais, mas antigamente eram impensáveis, por exemplo o Gelo, com o aparecimento dos frigoríficos e outros aparelhos semelhantes passou a ser possível termos Gelo durante o ano todo. Agora imaginem à 100 anos atrás. Como é que se conseguiria Gelo? Apenas no Inverno e nas zonas altas da Madeira, devido à queda de neve e granizo.
Por isso os antigos resolveram o problema construindo reservatórios onde se pudesse armazenar e preservar o Gelo e a Neve que o Inverno trazia, para ser utilizado pelos hospitais e hotéis, surgindo assim os célebres Poços da Neve.
Esses poços baseavam-se em escavações profundas, emparedadas e cobertas com lascas de pedra ficando à superfície com a forma de um iglo, sendo construídos nas serras de S. Roque e na zona do Pico do Areeiro.
Segundo a história, a neve e o gelo eram armazenados nos poços da neve, sendo depois carregado às costas em sacos de couro pelos homens até ao seu destino final. Sem dúvida um feito extraordinário.
Desses reservatórios apenas um chegou aos nossos dias em bom estado de conservação, localizando-se perto do Pico do Areeiro em pleno parque Ecológico do Funchal, a 1600 metros de altitude, estando desactivado mas não deixando mesmo assim de nos lembrar as dificuldades e o engenho dos nossos antepassados.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Cana-de-jardim


Acho que é mais que evidente que a ilha da Madeira possui uma vasta e belíssima flora.
E uma vez mais dedicamos um post a um exemplar dessa flora, a Cana-de-jardim – Canna – também conhecida por Bananeira-de-flor e ainda por Conteira.
É uma planta herbácea muito duradoura de cores exuberantes, que atinge uma altura de cerca de 2m.
Tanto as folhas como as flores são grandes. As folhas, largas e compridas, têm uma forma oval e pontiaguda. As cores variam entre o verde, o castanho e o vermelho.
A coloração das flores, que brotam de várias “espigas”, é mais chamativa: amarelo puro, laranja e vermelho, cores que combinadas entre si dão destaque a toda a planta. A floração não tem época estipulada, apesar de não ser permanente dura quase o ano inteiro.
É uma planta que teve a sua origem no “cruzamento” de plantas americanas com Cana indica (esta última espécie é muito vulgar nas ribeiras).

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Levada do Rei


Situada nas serras da freguesia de S. Jorge concelho de Santana, a Levada do Rei tem a sua madre naquele que é um dos cursos de água mais exuberantes da Madeira, o Ribeiro Bonito (já tratado aqui neste blog), terminando na Estação de tratamento de Águas de São Jorge, tendo como finalidade o abastecimento de água de rega para a agricultura.
Ao fazer a Levada do Rei usufruirá de um dos ambientes mais espectaculares em termos de Laurissilva, ficando com uma sensação extraordinária de estar num paraíso natural, longe da azáfama das cidades e dos problemas daí inerentes.
É sem sombra de dúvida um percurso que devia ser feito por todas aquelas pessoas que adoram o contacto com a natureza em estado natural.
É necessário algum cuidado porque existem secções da levada que não estão protegidas e são frequentes alguns locais estarem destruídos ou obstruídos por quebradas e claro tem alguns túneis por isso o uso da lanterna é necessário.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Pequena Branca


Considerada comum, a Pequena Branca – Pieris rapae – é uma borboleta de tamanho médio (varia entre os 3 e os 5cm).
O seu aparecimento na Madeira deve-se à migração desta espécie (provavelmente vinda de Portugal Continental) que depois acabou por render-se às belezas da ilha e tornou-se numa residente.
Apesar de ser muito parecida à Grande Branca da Madeira – Pieris brassicae wollastoni – um olhar mais atento descobre as diferenças, nomeadamente no tamanho (como o próprio nome diz e Pequena Branca é de tamanho mais reduzido), na coloração (a Grande Branca possui um branco mais puro e pintas pretas maiores, enquanto que a Pequena Branca apresenta um branco mais amarelado e pintas pretas muito mais pequenas).
É curioso ver no que se transforma uma pequena lagarta verde que não deve nada à beleza.
Esta formosa borboleta está mais presente abaixo da fasquia dos 1000m e tem como preferências alimentares Chagas – Tropaeolum majus – tratadas no post anterior, e Couve – Brassicae oleracea.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Chagas



Planta herbácea trepadora, anual, as Chagas – Tropaeolum majus – são nativas do Péru, México e regiões da América Central, foram introduzidas na Madeira, através das sementes de produtos alimentares oriundos da mesma zona, tornando-se muito comum nas zonas baixas.
O seu período de floração é de Janeiro a Setembro, sendo que a cor das suas flores variam entre o amarelo, o laranja e o vermelho, trocando entre si a predominância.
Na ilha da Madeira é conhecida principalmente como Chagas, mas também existem outros nomes que lhe são atribuídos, tais como Flor-de-sangue, Capuchinha ou Agrião-do-méxico.

domingo, janeiro 08, 2006

Dragoeiro


Subespécie endémica da Macaronésia (Madeira, Açores, Cabo Verde e Canárias) que tem um desenvolvimento muito lento. Só para terem uma pequena ideia, esta árvore demora cerca de 10 anos para atingir os 3m e florescer.
Na Madeira existem apenas 3 exemplares em estado selvagem, localizados numa escarpa do vale da Ribeira Brava. Existem também alguns exemplares no Núcleo das Neves, mas não são exemplares selvagens, apenas foram lá plantados (para dar continuidade à espécie), como tantos outros que ornamentam alguns jardins da Região.
É uma árvore de tronco castanho/acinzentado, cujos ramos são numerosos e bifurcados, crescendo no sentido ascendente e formando algo que se assemelha a uma coroa.
As folhas são esverdeadas, compridas (cerca de 65 cm e com formato de espada), são também muito resistentes e estão dispostas no final de cada ramo. Ao contrário das folhas, as flores são pequenas e estão agrupadas em espigas terminais e cuja coloração aproxima-se do branco. Os seus frutos são quase redondos e de cor avermelhada.
De salientar que o Dragoeiro – Dracaena draco – já esteve extinto no Porto Santo e esteve em risco de extinção na Madeira devido à sua seiva (a quem deve o seu nome e abate incontrolado).
Esta seiva torna-se numa pasta vermelha quando exposta ao ar (característica que lhe deu o nome de Sangue-de-Dragão) e foi muito comercializada por preços elevados, inclusive em exportações, para ser utilizado em produtos farmacêuticos e em tinturarias.

sábado, janeiro 07, 2006

Capela do Corpo Santo


Uma das mais antigas Capelas da Madeira, a Capela do Corpo Santo foi construída por volta do ano 1559, pela classe piscatória em honra de S. Pedro Gonçalves Telmo, o Santo Galego, padroeiro dos pescadores.
Foi nesta Capela onde se criou pela primeira vez na Madeira uma confraria religiosa, que tinha como função socorrer os pescadores doentes e inválidos, e as famílias daqueles que o mar tirou a vida. Mais tarde ainda funcionou como hospital e enfermaria.
É uma construção de estilo Manuelino, onde se destacam o portal gótico, a “arca das três chaves” e o seu altar-mor com lindíssimas pinturas representativas da vida do Santo padroeiro, estando situada no centro da Zona Velha da cidade do Funchal, no famoso núcleo de Santa Maria, pertencendo á freguesia de Santa Maria Maior.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Canário da Terra


Endemismo macaronésico presente na Madeira, Desertas, Porto Santo, Açores e Canárias.
O Canário da Terra – Serinus canaria canaria – é uma ave de peito e uropígio amarelo/forte, dorso castanho/acinzentado e peito esbranquiçado.
Existem efectivos que são criados em cativeiro e, embora não possuam a mesma beleza dos selvagens, partilham o mesmo cantar melodioso.
É uma espécie vulgar e, apesar de ser ameaçada pelo uso de insecticidas em actividades agrícolas, tem mantido o seu número de efectivos (ao contrário de outras espécies) graças à larga distribuição pela ilha, pode ser observada desde as altitudes mais baixas às mais altas, principalmente no Verão (época do ano em que é mais numerosa).
O ritual de acasalamento é um pouco radical. O macho voa como que em “queda livre”, abre as asas pousado logo depois num ramo, atraindo desta maneira a atenção da fêmea. O seu cantar também tem a sua quota-parte neste ritual.

P.S.: Nada melhor do que um belo pássaro possuidor de um melodioso cantar para "comemorar" o 100º post deste blog. Agradecemos a todos pelas visitas e pelos comentários dados.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Homem em Pé


Saliência rochosa com cerca de 12 metros de altura, que sobreviveu á acção da erosão, apresentando uma forma muita peculiar, parecendo um humano em pé, advindo daí o nome pelo qual é conhecido “ O Homem em Pé”.
Situada no Concelho de Santana, no sítio da Achada do Teixeira, esta formação rochosa também é conhecida como “O Frade”, por alguns acharem nela a forma de um monge.
Não muito longe dali encontramos outra rocha famosa, já tratada neste blog, a “Cara”.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Cardeal


Arbusto que pode atingir mais de 5m de altura e cuja folhagem é persistente.
Espécie originária da China e Ásia e muito cultivada aqui na Região em jardins públicos e privados.
Tanto as folhas como as flores são grandes (medem cerca de 20cm). As folhas são verde-escuras e brilhantes. As flores possuem uma “coroa” que eleva-se desde o seu centro, têm uma textura aveludada, podem ser lisas ou frisadas e existem em vários tons – amarelo-claro, amarelo-torrado, rosa-claro, rosa-escuro, laranja e vermelho.
O Cardeal – Hibiscus rosa-sinensis – exibe as suas lindas flores durante praticamente todo o ano, principalmente no Verão, altura de maior calor.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Palacete dos Zinos


Situado no cimo da fajã do Lugar de Baixo, no concelho da Ponta de Sol, o Palacete dos Zinos é um edifício de grande importância arquitectónica, pois é um dos poucos imóveis de estilo romântico na Madeira, tendo uma Capela dedicada ao Espírito Santo ainda hoje utilizada pelos locais para os serviços religiosos quotidianos.
Construído no final do século XIX, com a finalidade de ser usado como casa de Verão da família Zino, aproveitando o excelente clima da zona, o Palacete ao longo dos anos, chegou a ser utilizado pelo estado como escola Técnico-agrária e mais tarde como escola primária, sendo votada ao abandono em 1976.
Até que em 2002, o governo regional através da Ponta do Oeste – Sociedade de Promoção e Desenvolvimento da Zona Oeste da Madeira decidiu e bem recuperar o edifício, equipando-o de maneira a poder receber eventos variados.
Como curiosidade temos os vários nomes pelos quais o edifício é conhecido: Palacete, Solar ou Chalé dos Zinos, e mais recentemente aquando da sua recuperação foi oficialmente baptizado como Palacete do Lugar de Baixo, eu por mim continuo a tratá-lo por Palacete dos Zinos.
Mas o mais importante foi mesmo retirá-lo do abandono e dar-lhe a dignidade merecida, agora também é importante a tutela resistir aos ataques dos investidores turísticos e nunca vedar o acesso dos locais e Madeirenses em geral á Capela e ao magnifico edifício.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Camélia


A Camélia – Camelia japonica – é um arbusto que pode atingir mais de 10m de altura.
As suas folhas são rígidas, verde-escuras, brilhantes, têm uma forma oval e medem cerca de 10 cm.
As flores existem nas mais variadas colorações: rosa-claro, rosa-escuro, vermelhas, brancas e existem ainda algumas brancas raiadas de rosa. As flores podem ter pétalas lisas e pétalas frisadas (o exemplo da foto mostra-nos uma flor de pétalas lisas).
Todas estas variedades, que podem ser encontradas aqui na Madeira, florescem entre Dezembro e Maio e são originárias na China, Japão e Coreia.

domingo, janeiro 01, 2006

Fogo-de-artifício


No post anterior fizemos uma antevisão daquilo que estava programado acontecer, hoje relatamos a experiência vivida.
Como tudo fazia prever foi uma passagem de ano espectacular, que certamente veio cimentar a qualidade, promovendo ainda mais aquele que é, o maior cartaz turístico da Madeira, cotado como um dos 10 melhores do mundo por uma publicação internacional.
Foi criado um ambiente fantástico, com um espectáculo pirotécnico magnífico, acompanhado pelo som dos paquetes que dão sempre um toque especial, para não falar de todas as pessoas que um pouco por todo o lado marcaram a sua presença, dando um colorido ainda maior.
É com grande satisfação que registo a ausência de acidentes e incidentes graves, e que duma maneira geral as pessoas souberam respeitar-se.
Por ultimo queria salientar o facto de mais uma vez ter havido a preocupação dos responsáveis em limpar a cidade logo após o espectáculo de modo a que a cidade estivesse limpa ao amanhecer, são estas pequenas coisas que ás vezes fazem a diferença, os meus Parabéns.

Feliz Ano Novo, com Saúde, Paz e Amor!!!