segunda-feira, dezembro 08, 2008

Galinha-de-água (Gallinula chloropus)


Esta ave é conhecida pelo seu padrão e pela sua discrição.
Preta de patas amarelas, bico vermelho com extremidade igualmente amarela, o seu som é agudo e estridente sobressaindo onde quer que esteja.
Gosta de locais húmidos e com vegetação densa onde se esconde de olhares curiosos.
Aqui na Madeira pode ser vista ocasionalmente na foz de algumas ribeiras, mas o seu habitat, o local onde se estabeleceu foi na Lagoa do Lugar de Baixo.
O seu número é bastante reduzido, pelo que é considerada uma espécie em risco. Em todas as visitas que fizemos à Lagoa nunca avistámos mais do que 5 indivíduos e, talvez devido à sua discrição, nunca obtivemos qualquer indício de nidificação.

quinta-feira, outubro 23, 2008

Phallus maderensis















Por mais de uma vez referi neste meu espaço que nutro uma particular paixão pelo reino dos fungos, contando sempre com o apoio e ajuda da Taninha e do grande amigo Luiz Franquinho, outro apaixonado pelo mundo dos cogumelos.


Numa das actividades da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal do ano passado, mais concretamente no passeio realizado a 6 de Outubro entre o Pico das Pedras e a Cova da Roda, no Concelho de Santana, encontramos um fungo facilmente identificado como sendo do género Phallus, parecendo à primeira vista o fabuloso Phallus Indusiatus, que ainda não foi descrito para a Madeira, mas ao contrário deste, o característico véu não cobria a gleba, estando localizado na base. Este pormenor intrigou-nos, mas pensamos que poderia tratar-se de uma má formação, por isso posteriormente voltamos ao local e então encontramos mais três exemplares, exactamente iguais ao primeiro encontrado.
Então, depois de registado em fotografia, foi colhido um exemplar e entregue ao Prof. Miguel Menezes de Sequeira da Universidade da Madeira, uma das pessoas que nos tem ajudado e dado apoio, que fez o exemplar chegar ao Prof. Francisco Diego de Calonge do Real Jardim Botânico de Madrid, um micólogo com mais de 400 obras publicadas entre livros, artigos e documentos, entre eles a Lista de cogumelos para a Madeira publicada em 2003. Este investigador concluíu que tratava-se de uma espécie que ainda não tinha sido descrita no reino dos fungos, ou seja tratava-se de um cogumelo novo para a ciência. Tendo-o baptizado como Phallus maderensis, descrito e publicado no Boletim da Sociedade Micologica de Madrid nª32 de 2008, nas páginas 101-104.


Claro que para nós é um orgulho, este pequeníssimo contributo para o conhecimento do mundo dos fungos, mas o mais importante que este acontecimento nos proporcionou foi dar-nos mais força e vontade para estudar e aprender a compreender o misterioso mundo dos fungos, embora o aumento das responsabilidades faça ser cada vez mais difícil manter esta paixão por estes pequenos seres vivos fundamentais para a vida na Terra caracterizados por uma aura misteriosa que fá-los aparecerem por todo o lado em todas as condições e com as mais diversas cores e formas, embora sendo ignorados por quase todo o mundo e por vezes até alvo da incúria humana.



terça-feira, janeiro 08, 2008

Eira do Mourão




Depois de algum tempo de ausência, nada melhor do que um daqueles locais que me fazem lembrar o quão bonita e interessante é a nossa terra.

Sítio da freguesia e concelho da Ribeira Brava, a Eira do Mourão é um daqueles sítios encravados nas serras da Madeira, que devido ao difícil acesso permaneceram escondidos durante anos a fio, onde as pessoas viviam da agricultura, praticamente isoladas do exterior.
Durante muitos anos funcionou ali uma Escola Primária, sendo este o único edifício público do sítio, tendo sido desactivado em 2004 quando já se encontrava em degradação. Depois de restaurado o edifício foi transformado num Centro de Convívio.
Apesar de vermos um grande número de casas e terrenos abandonados, reflexo da procura duma vida melhor por parte das pessoas da terra, é interessante notar o aparecimento de novas habitações, o que de certeza não é alheio à estrada recentemente construída.
Para os amantes das caminhadas a pé, é de referir o trajecto através da Levada do Norte que passa junto à Eira do Mourão, pudendo também ser utilizada a vereda que atravessa este sítio até a Fajã da Ribeira em direcção à Ribeira Brava, como alternativa.

domingo, setembro 23, 2007

Colectiva de Fotografia 2007


Tânia Freitas

Ana Rita Baptista

Carlos Soares com alguns convidados

Miguel Ângelo em entrevista

Carlos Soares

Fernando Vieira

Emanuel Rocha

A Mouraria esteve duplamente de parabéns com as inaugurações da passada Terça-feira, dia 18 de Setembro de 2007.

A Colectiva de Fotografia 2007, em que os artistas fotográficos Ana Rita Baptista, Bruno Côrte, Carlos Soares, Emanuel Rocha, Fernando Vieira, Marta Leon, Miguel Ângelo, Ricardo F. e Tânia Freitas puderam expôr os seus trabalhos foi largamente elogiada e prova que, como diz o próprio director da Galeria “A Fotografia também tem o seu lugar numa Galeria de Arte”.

À parte da Colectiva foi também inagurada uma nova instalação no Project Room “London, Wroclaw, Praha, Kraków, 14 dias Maio 2006, Caldas da Rainha, 30 dias, Agosto 2006” da autoria de Nuno Santos.

Aconselhamos todos a visitar esta Galeria, pois os trabalhos apresentados têm muita qualidade e são muito interessantes.

A Mouraria Galeria de Arte situa-se na Rua da Mouraria, nº38 e o seu Horário de funcionamento é das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 19h00 de Segunda a Sexta e das 10h00 às 13h00 no Sábado e a entrada é gratuita.

Penso que uma vez mais o fundador deste Blog e a sua ajudante (ausente) estão de parabéns pelo trabalho realizado que, de certo modo, divulgam a nossa linda Madeira.

sexta-feira, julho 06, 2007

Exposição "Cogumelos na Madeira"



Quem me conhece ou segue este blog, sabe do meu interesse pelo mundo dos Fungos, interesse esse que vem desde os primeiros passeios pedestres que fiz pelas serras e levadas da Madeira. Intrigou-me desde o início o facto destes pequenos seres estarem presentes em quase todo o lado, com aquelas formas curiosas e cores fantásticas, sempre denotando uma grande diversidade e capacidade de ambientação.
Este interesse levou-me ao longo destes anos a juntar fotos e dados, adquirindo livros e pesquisando, sempre na expectativa de conhecer melhor a Flora Micológica da nossa ilha, mas não tem sido uma tarefa fácil, pois a juntar a enorme complexidade que o mundo dos Fungos nos reserva, temos a juntar a cada vez maior falta de tempo, pois isto não passa de um passatempo e as responsabilidades da vida têm aumentado.

Também já referi que sou sócio da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal (AAPEF), participando regularmente nas acções da Associação.
Sabendo do meu interesse nesta área e conhecendo algumas fotos minhas, o Presidente da Associação, Dr. Raimundo Quintal, em nome da mesma, convidou-me para expor algumas dessas fotos, numa exposição temática inserida na celebração do 11º aniversário da AAPEF, claro que aceitei, além de ser uma maneira de mostrar o meu trabalho também será uma boa oportunidade para dar a conhecer e sensibilizar as pessoas para um mundo ainda muito desconhecido e muitas vezes ignorado.
Desde já agradeço ao Dr. Raimundo Quintal e a AAPEF, pelo convite e confiança no meu trabalho, agradeço também ao Eugénio Santos o seu trabalho na preparação e montagem da exposição.
A exposição terá lugar no Átrio da Câmara Municipal do Funchal, estando a sua inauguração marcada para a próxima Segunda-feira, 9 de Julho, pelas 17:30, com o título ‘Cogumelos na Madeira’.
É com muito prazer que convido todos os interessados a estarem presentes na sessão de abertura ou a visitá-la durante as próximas duas semanas. A exposição encontrar-se-á aberta ao público até o dia 23 de Julho, durante o horário de funcionamento normal da Câmara Municipal do Funchal.

Mas toda esta paixão pelos Fungos, nunca poderia ter sido possível sem a ajuda de algumas pessoas, que como não poderia deixar de ser, merecem um agradecimento especial, estou a falar da Tânia (Taninha), minha amada, grande impulsionadora e companhia desde o início na maioria das visitas de estudo por toda a ilha, sempre paciente a meu lado, muitas vezes sacrificando o seu próprio tempo livre para me ajudar, recolhendo também material fotográfico, não fosse ela uma grande fotógrafa; agradeço também à minha família por compreender a minha ausência e apoiar, e ao Sr. Luiz Franquinho, camarada nos estudos dos cogumelos, sempre pronto para ajudar e partilhar os seus conhecimentos, sem dúvida muito importantes.
Por fim agradeço também ao Prof. Diego de Calonge do Real Jardim Botânico de Madrid, a ajuda na identificação de alguns Cogumelos, e ao Dr. Menezes de Sequeira da UMA, pelo trabalho efectuado sobre a Micologia da Madeira, um último agradecimento a todos os amigos e conhecidos que sabendo do meu interesse vão me facultando informações e apoiando.

Termino com dois apelos:

1º - É importante saber que existem cogumelos comestíveis e outros venenosos, sendo em alguns casos muito difícil distingui-los, por isso nunca colha cogumelos com base em ditos antigos ou crendices, deixe a recolha de cogumelos para os especialistas na matéria, é sem vergonha que digo-vos que apesar de estudá-los há já algum tempo nunca os colhi para comer, mas também não sou especialista nisto, apenas um simples curioso.

2º - Quando alguma vez tiverem o privilégio de estar perante um cogumelo, não o destruam, lembrem-se que ele também tem direito a existir, fazendo parte de um ecossistema, digo isto porque já me aconteceu chegar a locais e encontrar cogumelos destruídos, parecendo terem sido pisados e pontapeados.

quinta-feira, maio 17, 2007

Miradouro do Fio


Situado na Ladeira dos Zimbreiros, freguesia da Fajã da Ovelha, concelho da Calheta, o Miradouro do Fio é um local privilegiado para desfrutar a paisagem oeste da vila do Paul do Mar.
O nome advém de no miradouro ter sido instalado noutros tempos um Fio de Carga, que servia para transportar mercadorias que abasteciam a freguesia da Fajã, evitando assim que as pessoas subissem a íngreme ladeira com enormes cargas às costas.
Felizmente, o antigo Fio e as ruínas do armazém que o mantinha, estão relativamente preservados, o que aumenta em muito o valor do Miradouro.Começando a descer a Ladeira dos Zimbreiros o Miradouro fica a 10 minutos de distância, mas para aqueles que têm mais tempo, capacidade física e gostam de caminhadas aconselha-se a descida pela Ladeira até à Vila do Paúl do Mar, sem duvida um percurso muito bonito e agradável.

domingo, maio 13, 2007

Uveira da Serra


Todos os anos a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal dedica um dia a uma actividade saborosa: a apanha da Baga da Uveira da Serra – Vaccinium padifolium – que se encontra em flor entre Maio e Agosto e dá-nos o seu fruto nos meses seguintes.
É uma espécie muito frequente a maiores altitudes, estando em maior destaque dentro da área do Parque Ecológico.
Este arbusto chega a atingir mais de 5m de altura, onde as folhas verdes em forma de elipse com cerca de 5cm de comprimento cobrem quase completamente a Uveira.
Os galhos mais recentes têm uma coloração avermelhada enquanto que os mais antigos conquistam a cor esverdeada e acastanhada.
As flores têm a forma de sino e a sua coloração é varia consoante a sua maturidade entre o verde, o branco, o amarelo suave e o rosa. Depois de todas estas fases coloridas é a vez do fruto começar a sua transformação do verde para o “quase” preto. Escondem-se entre as folhas, mas são também numerosos comestíveis e muito saborosos.
Para terminar saliento apenas que se trata de mais uma espécie endémica da Madeira.